País (só) do Futebol
Que somos a pátria de chuteiras todo mundo sabe. Porém precisamos ser só
ela? Enquanto o milionário futebol, com seus exorbitantes patrocínios é em todo
momento exposto nas mídias, os outros esportes, que sobrevivem sem patrocínio,
tem pouquíssima divulgação, que ocorre somente em feitos considerados
extraordinários, como uma medalha olímpica ou um título mundial.
Um claro exemplo é o vôlei: o Brasil é um dos melhores do mundo no
esporte, e a divulgação nas grandes redes é minúscula. A detentora dos direitos
da Liga Nacional o repassa para canais de televisão fechada e transmite apenas
as partidas decisivas. Isso também ocorre com o basquete, onde somente o Final
de Semana das Estrelas é transmitido.
Além de pouca divulgação, os atletas sofrem com dificuldades para
treinar: ginastas da seleção, como Diego Hypólito e Jade Barbosa, que treinavam
no Clube de Regatas do Flamengo, perderam o contrato, e agora não sabem o que
fazer. A medalhista olímpica no salto em distância Maurren Maggi passou a
treinar no Centro Esportivo do Exército, no Rio de Janeiro, pois o seu antigo
local de treinamento, o Estádio Célio de Barros foi demolido em função das
obras para a Copa do Mundo de 2014.
Essa é a situação de muitos atletas da próxima sede dos Jogos Olímpicos
em 2016, que, com precárias condições para treinar, tem resultados prejudicados
ou até mesmo desistem de competir por isso. É preciso atenção de todos os
setores da sociedade para os outros esportes, ofuscados pelo brilho merecido
que tem o futebol. Porém, a prosperidade de um não justifica a perda de outro.
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